O Legado Inesquecível de Washington Olivetto: Gênio da Publicidade Brasileira

Washington Olivetto, ícone da publicidade, faleceu aos 73 anos, deixando um legado criativo com campanhas memoráveis.

No dia 13 de outubro de 2024, o Brasil perdeu um de seus maiores ícones da publicidade: Washington Olivetto. Aos 73 anos, ele faleceu em São Paulo, mas sua marca criativa e seu legado permanecem vivos em cada uma de suas obras, que transformaram o modo de se fazer publicidade no país. Olivetto não apenas inovou com suas campanhas, mas criou uma identidade cultural que conectou marcas com o imaginário popular, deixando uma herança inigualável.

Nascido em 29 de setembro de 1951, Washington Olivetto fez história ao longo de mais de cinco décadas de carreira. Criador da icônica campanha "O primeiro sutiã a gente nunca esquece", da Valisére, Olivetto mostrou ao mundo o poder de um comercial bem-construído, que transcendia a venda de um produto para contar uma história emocional e marcante. Essa campanha, de 1987, é ainda hoje considerada um dos maiores marcos da publicidade brasileira, pela sua ousadia, sensibilidade e capacidade de gerar identificação.

Outro trabalho lendário foi o comercial das Paralimpíadas de Atlanta 1996, pela McCann Erickson, que exaltava a superação de atletas paralímpicos, humanizando a marca e ampliando o engajamento do público com uma causa social importante. A campanha da Bombril, estrelada por Carlos Moreno e que durou mais de três décadas, também está eternamente associada à mente criativa de Olivetto. Com humor e simplicidade, o publicitário conseguiu fazer com que a marca se tornasse parte do cotidiano dos brasileiros.

Em nosso acervo no Propagandas Históricas, preservamos a memória de muitas dessas campanhas que carregam a assinatura de Washington Olivetto. Um exemplo é a campanha do Bamerindus, que ficou famosa pelo slogan "O tempo passa, o tempo voa, e a poupança Bamerindus continua numa boa". Criada nos anos 1990, essa peça marcou gerações e permanece viva na memória dos brasileiros, servindo de exemplo do domínio de Olivetto sobre o uso de jingles para fixar marcas.

Um dos trabalhos mais memoráveis de Washington Olivetto foi a campanha de 1987 para a Folha de S. Paulo, onde ele utilizou uma abordagem ousada e impactante ao trazer a imagem de Adolf Hitler para promover a credibilidade e a importância do jornalismo responsável. O comercial, intitulado "Hitler", fazia uma comparação entre o uso de dados verdadeiros e a manipulação da verdade, mostrando como é possível distorcer fatos para influenciar a opinião pública. A mensagem era clara: "É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade". Essa peça publicitária, preservada em nosso acervo no Propagandas Históricas, é um exemplo emblemático do talento de Olivetto em criar campanhas provocativas, que fazem o público refletir sobre temas importantes, além de fortalecer a imagem de veículos de comunicação comprometidos com a verdade.

Washington Olivetto foi muito mais que um publicitário. Ele era um contador de histórias, um mestre em criar narrativas que emocionavam, faziam rir e, sobretudo, conectavam pessoas e marcas de uma forma duradoura. Seu impacto pode ser visto no sucesso de muitas campanhas que integram nosso acervo, resgatando sua genialidade para as novas gerações de profissionais da publicidade.

Neste momento de despedida, homenageamos não apenas o criador, mas também o visionário que acreditava no poder transformador da criatividade. Washington Olivetto deixa um legado que, sem dúvida, será estudado e admirado por muitos anos, tanto por publicitários quanto pelo público que ainda se encanta com suas campanhas. Como ele mesmo ensinou, algumas coisas, a gente nunca esquece.

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