A publicidade amarelou na Copa 2014

Artigo do publicitário Augusto Fagundes que analisa o calor publicitário para recepção da Copa do Mundo no Brasil.

por Augusto Fagundes

A menos de 60 dias para o Mundial, a publicidade “Verde e Amarela” toma conta da mídia. Até o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) está mais patriota, e inspirado no famoso “vem pra rua”, esse ano pede: “vem pra urna”(¹). Fugiram da Copa, mas não da torcida.

Já marcas como Itaú, Rexona, Sadia e Boticário estraram de cabeça no Mundial da Fifa.

A onda “verde e amarela” poderia ser ainda maior – hoje os meios de comunicação são mais poderosos do que aqueles de 1950 – não fosse a desconfiança na realização da maior festa do futebol. Uma pesquisa do Datafolha (²) aponta que 55% da população acredita que a Copa trará prejuízos ao País.

Os gastos exorbitantes e o andamento das obras são grandes fatores nesse descrédito. A própria seleção brasileira não demonstra estar com esta bola toda, o ranking da Fifa é prova disso.

Mesmo assim, o mercado aposta na jogada. Só o técnico da seleção, Luiz Felipe Scolari foi escolhido como garoto propaganda de cinco grandes marcas (Guaraná Antarctica, Walmart, Vivo, Peugeot e Brahma- seleção especial). O técnico parece ter mais “crédito” com a torcida que a própria seleção.

No campo da publicidade há espaço ainda para a disputa de patrocínios, com a Volkswagen e Hyundai se estranhando. A sul-coreana teve que alterar sua Hexagarantia (³), ao invadir o espaço da alemã.

Com as cotas de patrocínio nas alturas, as emissoras de TV prometem a maior cobertura de todos os tempos. Nada mais justo, uma vez que o Mundial é no nosso quintal.

Nesta semana, o jingle “Coração Verde e Amarelo”, reestreia na Rede Globo e ajudará a “amarelar” ainda mais a publicidade no Brasil.