O marketing na causa animal
artigo de Augusto Fagundes
No fim do ano passado, a morte de um cachorro em uma das lojas do Carrefour gerou grande repercussão no Brasil. A empresa foi alvo de manifestações e protestos nas redes sociais, sendo ameaçada de boicote. Tentando administrar a crise, o Carrefour emitiu uma nota se desculpando e comunicando o afastamento do funcionário envolvido na morte do animal.
Mais tarde, a rede afirmou que iria reavaliar sua política animal, adotando o “Pet Day” (dia 28 de novembro), dia em que apoiará com recursos entidades de acolhimento e defesa animal. Para alguns especialistas, uma decisão tardia, que permitiu um desgaste na marca.
Outra empresa que se viu envolvida numa grande polêmica foi a Petz, após denúncias de comprar animais de um canil clandestino. Após o ocorrido, a Petz tomou a decisão de encerrar a comercialização de cães e gatos. E mais, a empresa garantiu que seu espaço será destinado a ONGs e protetores independentes para feiras permanentes ou temporárias de adoção.
Diferente do Carrefour e da Petz, a Disney não esperou ter um problema para abraçar a causa animal. Percebendo o forte engajamento no Brasil, a empresa fechou uma parceria com a ativista Luisa Mell.
No início de março, lançou uma campanha para divulgar o filme Capitã Marvel no Brasil. Inspirada em Goose - o bichano da heroína do filme - a empresa desafiou os fãs de felinos a compartilharem fotos com seus bichanos com a hashtag #GooseOGato. A cada foto compartilhada, a empresa doaria R$ 1,00 para o Instituto Luisa Mell.
Resultado? Em menos de 24 horas o valor de 50 mil reais (estipulado para o fim da campanha) foi alcançado.
Segundo a Abinpet – Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação – o mercado de pets no Brasil é o terceiro em faturamento, perdendo apenas para o mercado dos EUA e do Reino Unido. Segundo pesquisas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 44% dos lares brasileiros possuem pelo menos um cachorro, o que representa um universo de mais de 52 milhões de cães. Já a população de gatos em domicílios chega a 22 milhões.
Isso explica muito o engajamento do brasileiro em ações a favor da causa animal.